Prazer

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São Paulo, SP, Brazil
Vinte anos, estudante de ciências sociais, atriz do grupo "Pequeno Teatro de Torneado", filha de uma carioca com um pernambucano.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A busca pelo anel de elefante

Quando eu tinha treze anos, eu conheci uma menina chamada Patrícia.
Ela fazia teatro comigo.
A família dela viajava muito, e ela consequentemente viajava muito com a sua família.
Mas tem um detalhe, que eu me recordo até hoje: a Patrícia possuía um anel de elefante.
Era um elefante o anel.
Ou o anel era um elefante.
Bom, até hoje eu não sei quem se transformou em quem.
Mas eu me recordo, que o elefante dava uma volta com a sua tromba em torno do dedo da Patrícia. Era como se ele estivesse protegendo o dedo dela, protegendo com uma armadura de prata.
Um dia tomei coragem e pedi o anel para a Patrícia. Ela não quis me dar. Com razão, pois eu também não daria.

Desde então, sempre quando vou em qualquer loja, sempre quando vejo alguém vendendo alguns anéis, pergunto "você tem algum anel de elefante?"

Eu não quero encomendar um. Não quero ir a uma joalheria com um desenho rabiscado que saiu da minha cabeça. Quero encontrar, um anel pronto. Que caiba nos meus dedos. Que não fique nem largo, nem apertado. Que apenas fique, confortável sobre minha pele. Confortável, me envolvendo. E eu, dentro dele. Também protegendo-o.

Esse seria o meu casamento, a minha aliança comigo mesma: encontrar um anel de elefante, para mim.

É que hoje, eu tô prezando pela proteção dos meus dedos.

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