Prazer

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São Paulo, SP, Brazil
Vinte anos, estudante de ciências sociais, atriz do grupo "Pequeno Teatro de Torneado", filha de uma carioca com um pernambucano.

sábado, 7 de agosto de 2010

monólogo

estar sozinha em um palco faz você perceber o quanto a platéia faz parte do ritual teatral.
faz você perceber que realmente, você nunca está sozinha em cena.
que sempre tem alguem ali, ao seu lado.
ainda existe algum lugar onde pessoas que nunca se viram na vida, podem se sentir juntas, e podem dividir algo juntas.
é, me sinto dividida.
mesmo estando só.
junto as pontas do palco com o meu corpo.
junto a energia de todos e distribuo, novamente, para todos.
me retalho, me junto, e me construo. me construo com a história que conto e com a história de todas aquelas pessoas, com a história daquele momento.
a merda não deveria ser apenas para o ator. deveria ser para o espaço. para o público. para a iluminação. para as cadeiras. para o teatro.
merda para nós, que estamos no mesmo barco.
merda para quem quer encontrar o outro.

merda, para mim, para você.. e para nós.

e que seja doce.

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