Prazer

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São Paulo, SP, Brazil
Vinte anos, estudante de ciências sociais, atriz do grupo "Pequeno Teatro de Torneado", filha de uma carioca com um pernambucano.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Nosso

Nunca comemorei o dia dos namorados. Não sei se é porque nunca tive um namorado durante este período, ou mesmo deixei passar essa data como outra qualquer, como se fosse mais um dia dos meus dias.

Devo dizer que até hoje, achei um pouco brega a existência de uma data como esta. E até mesmo zombava internamente de quem optava por presentear o (a) amado (a) nesse dia.

Porém, por pura ironia do destino (ou mesmo mau caratismo desse próprio sujeito) este ano não passarei essa data solteira. Não digo sozinha, porque nos anos anteriores nada que um encontro entre amigas com as nossas amadas cervejas não resolvessem.

Desde então, vejo-me perdida pelos cantos da cidade, ou até mesmo surtada na minha própria criatividade. Como presentear o meu amor?

Antes mesmo desse questionamento deparo-me com a crise de identidade que criei internamente, questões como "Eu agora tenho um amor?" e "Eu tenho que dar um presente para esse meu amor?" são primordiais para se avaliar se você deve ou não levar essa data a sério.

Pensei em conversar com o meu rapaz, e os diálogos sobre essa questão foram os seguintes:
- Meu querido, vamos ficar juntos nesse dia?
- Acho que sim!
- E presentes, que tal presentes?
- Aaa.. sei la!

Pois é, o rapaz também não sabe o que fazer. Tudo bem que somos estudantes de ciências sociais e sempre tem aquele discurso de mais uma data comemorativa criada pelo sistema capitalista e blá blá blá. E não, eu não acredito que essa minha falta de sono nos últimos dias seja gerada apenas pelo sistema capitalista (não vou retirar um pouquinho da verdade disso, mas não vem ao caso, certo?).

De fato quero presenteá-lo. Não apenas pela data, é obvio que a data me induziu a essa vontade de encontrar um presente para ele, mas não necessariamente devo consumir algo ou coisa do tipo.

Juro que pensei em tudo, desde coisas que facilitem a vida dele como um despertador para ele não acordar mais atrasado e não ficar irritado com ele mesmo durante o resto do dia, até uma almofada colorida que ele vá encostar a cabeça e repousar posteriormente seus dias corridos. Desde uma agenda para ele se organizar até uma cesta de coisas gostosas que ele gosta (como pistache e fandangos). Desde um porta retrato com uma foto nossa para ele acordar e amenizar a saudade que ele tanto reclama até um cobertor costurado por mim para esquenta-lo e acalma-lo.

E aqui estou eu, sentada, as 3h32 da manhã pensando como presentear o rapaz que tomou meu coração nos últimos tempos. E devo dizer que resolvo às vezes não dar nada. Resolvo apenas abraça-lo todos os dias e dizer que os nossos dias são nossos, não dos namorados, mas de nós dois.

Eu e ele, donos de todos os dias. Dono dos nossos dias que criaremos com o tempo que determinaremos, com a calma que possuímos e possuiremos. Que o presente seja a nossa superação e o nosso aprendizado um com o outro, os nossos afagos mais seguros, os nossos passos mais calmos e conscientes, a nossa divisão um com o outro. E se eu fosse te dar um presente meu querido, seria essa preocupação e esse zelo que eu tenho por ti, que não cabe dentro de mim e não cabe fora de você..

Envolvendo-te e protegendo-te.

Feliz dia nosso. Feliz hora nossa. Feliz mês nosso. Feliz nosso, hoje e sempre.

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