Prazer

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São Paulo, SP, Brazil
Vinte anos, estudante de ciências sociais, atriz do grupo "Pequeno Teatro de Torneado", filha de uma carioca com um pernambucano.

sábado, 2 de outubro de 2010

Estou tentando te escrever uma carta

Prometemos para nós mesmos que não pararíamos de nos comunicar.
O que é até gozado, promessa tola a nossa de achar que temos mais força do que o próprio tempo ou até mesmo da própria vida.
Fomos ficando só, aos poucos.
Só com nós mesmos.
Claro que a presença das pessoas ao nosso redor estabiliza essa solidão, não permitindo a nossa compreensão total sobre a situação.
Mas desde quando você se foi, me encontro em uma solidão perpétua.
Hoje em dia, aceito esta de forma e maneira aceitável.
Nem calma, nem dolorido, nem nada.
Tudo já se instaurou dentro de mim. Penduraram-se os quadros, as cortinas, o sofá, e ali começaram a construir o lar da eterna solidão.
Eu estou feliz.
Conheci algumas pessoas novas engraçadas, que passarão rápido pela minha vida como um sopro.
Pessoas que eu me convenço que serão duradouras todos os dias ao acordar e entrar em contato com elas.
Pessoas que você sentirá ciúmes.
Pessoas que eu me apaixonei e me desapaixonei em menos de um mês.
Mas percebo que, todas as pessoas que conheci desde então, são pessoas que perderam algo/alguem/alguma coisa, e continuam vagando pelo mundo mutiladas. Assim como eu.
Te juro que conheci de tudo, e mais um pouco em diante.
Mas não, ninguém assim como você.
Não que eu queria te substituir dentro de mim.
Nunca, e assim espero que seja. Lidar com você presente ou ausente agora já faz parte de mim.
Mas sim, eu sinto falta de me sentir como eu me sentia quando estava contigo.
Talvez querer ficar só comigo mesma é pelo fato de querer encontrar, em algum espaço aqui dentro, a sensação da tua presença.
Não choro, não tenho crises, não surto.
Apenas cada dia que passa, morro um tanto de saudade.
Aceito a minha morte cotidiana.

Mas sim, eu estou respirando..
feliz.

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