o alegre fim de Beatriz Barros

Que assim, seja simples.
Ou pelo menos, assim espero.
Que o nada venha e leve tudo.

E deixe todas as minhas contas em dia,
Pois não desejo ir deixando dívidas,
(escolho por evitar palavras estridentes direcionadas ao meu nome, nesse quesito)
Nem lembranças nostálgicas,
Ou mesmo o saudosismo ao futuro que perdemos.

Não desejo ir com lágrimas.
Também não quero ir para debaixo da terra,
(conceito submisso de se livrar de alguém).


Desejo a todos tudo de bom e do melhor.
E se por a cá já me vou,
É porque isso é tudo de bom e do melhor que já posso desejar-te.

Sem velas.
Sem flores.
Sem preto.

Prefiro todos juntos.
De branco.
Uns ou outros coloridos.
Diante de um campo grande.
Com grama, vento e árvores. Muitas árvores

Desejo-te mais árvores do que pessoas

Balanços nas árvores

Casas nas árvores

Escadas nas árvores

Frutas nas árvores

Pois prometo assim, alcançar-te no céu

Ou até mesmo no inferno
(prometo enviar uma carta informando o meu novo endereço, assim que tudo ficar mais claro tanto para você quanto para mim)

De qualquer forma, voltemos aos preparativos:

Gostaria de uma mesa com minhas comidas favoritas

E uma roda de samba, tocando os meus sambas favoritos

E os meus amigos, as minhas pessoas favoritas que eu tive o destinamento de cruzar-lhes ao longo do período vivido

Desejo-me um alegre fim
E uma continuação bem vivida para quem fica
Que todos façam tudo por mim
Tudo o que eu não fiz
Assim, morro.

Nem mais feliz, nem mais triste
Simplesmente morro.
Que sigam as minhas vontades os bons amigos,
E sobre os péssimos, faço questão que me encontrem na porta do inferno.