Cortei o meu cabelo e ainda sinto falta do restante dele, ainda passo o pente até perto do meu umbigo, onde o meu cabelo estava.. agora, meu cabelo está batendo no meu ombro.
Mas o pente continua buscando o cabelo longo.
E o cabelo longo, que agora já se foi, finge que continua buscando o pente.
No final, é tudo uma ilusão que o pente cria pra não se sentir vazio, pra não se sentir só.
Assim como quando andamos na rua, um vento bate sobre nós, abrimos a palma da mão, e sentimos a completude: parte mão, parte vento/ parte dedos, parte vento.
Depois, cá estamos aqui, a sós com nós mesmos.
Parte cabelos,
parte mão,
parte dedos.
Nos partimos em pedaços durante todo esse tempo.
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