Prazer

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São Paulo, SP, Brazil
Vinte anos, estudante de ciências sociais, atriz do grupo "Pequeno Teatro de Torneado", filha de uma carioca com um pernambucano.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ele

Não sei mais me equilibrar. Isso é claro. Perto de você então sufoco-me na ansiedade de dar um passo para frente, ou um passo para trás. Não consigo mais deixar meu corpo erecto, minha coluna ajustada, minha respiração continuamente ritmada.
Desde a sua aparição possuo um medo continuo de dizer certas palavras, de fazer certas ações. Desde que me lembro como gente, sou nova demais para temer ser sincera com a minha espécie.
Mas o ser humano me amedronta intensamente, e perto de você esse medo fica potencializado. Também não apenas o medo, mas essa dualidade e esse hibridismo que você me trás: hora bom, hora ruim. Hora te sinto, hora não te quero. Hora me apego, hora te odeio. Hora saudade, hora individualmente, e só.
Imagino apenas, a todo momento, uma imagem de mãos se entrelaçando. Abro minhas mãos dentro do escuro, sinto o escuro segurando em minha mão. Sinto o vento segurando em minha mão, o sol, a água, a areia. E depois sinto você. E o sentente a cada momento foi-se igualando. Cada vez mais a água se tornava mais areia, e o sol se tornava mais vento, você se tornava mais escuro e mais claro. O entrelaço era muito mais pela presença do que pela matéria.
Você já foi o meu sol, a minha água, o meu vento, a minha areia, a minha outra mão, e até mesmo você.
Porque toda essa disritmia me tortura graças a esse meu medo do entrelaço de nós dois. Porque sempre quando caio em mim que você é uma parte grande do que tem segurado as minhas mãos, percebo a quantidade de sensação de completude que você tem me dado.

Um comentário:

  1. eu ainda quero um livro seu na minha prateleira de livros (tá, eu não tenho uma pra-te-lei-ra, mas você entendeu)

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